Movimento LGBT repudia rechaço à campanha a populações vulneráveis vetada pelo Ministério da Saúde

Reproduzimos nota do Setorial Nacional LGBT do PT, em repúdio ao rechaço a mais uma campanha que enfoca a proteção de populações vulneráveis e acrescentamos uma imagem que faria parte da campanha, retirada do mercado pelo Ministério da Saúde. Entre as imagens, esta esta, em que estrela a lutadora Lurdes Barreto, fundadora do Grupo de Mulheres Prostitutas do Pará (Gempac).



SETORIAL NACIONAL LGBT DO PT

São Paulo, 08 de junho de 2013.

NOTA OFICIAL

O Setorial Nacional LGBT do PT repudia a demissão do Sr. Dirceu Grecco Diretor do Departamento DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde ocorrida esta semana, devido a campanha que valoriza as prostitutas para que sejam tratadas com respeito e na promoção da prevenção a aids. Em consequência tivemos a saída do Departamento dos diretores Rui Burgo e Eduardo Barbosa. Eduardo em especial tinha uma relação histórica com os movimentos sociais e entidades de luta contra a aids e especialmente com os grupos LGBT.

Lamentamos que pressões reacionárias afetem e prejudiquem as políticas públicas em saúde, para as populações mais vulneráveis. O Programa Brasileiro de combate a DST e AIDS tem reconhecimento internacional, como um dos mais avançados e com participação social. A descontinuidade de Campanhas e ações do Ministério da Saúde, como a suspensão de campanhas para jovens LGBT, e agora a voltadas para prostitutas, evidencia uma opção conservadora, para atender a interesses estranhos ao estado laico e democrático, evidencia a opção do Ministério por uma política equivocada de enfrentamento da AIDS.

As Políticas Públicas em saúde devem e incluir todos e todas, especialmente os grupos que sistematicamente sofrem violações e preconceito na sociedade brasileira; como Negros e Negras, mulheres, a população LGBT, Jovens, indígenas e profissionais do sexo. As Campanhas devem ser pautadas pelos direitos humanos, sem privilégios, nem podem ser direcionadas por aqueles que acham que o projeto de felicidade para todos são seus valores religiosos, enquanto minimiza os direitos daqueles que compreendem a centralidade da liberdade religiosa e respeitam a diversidade humana, como se prevê na democracia brasileira.

Deste modo o Setorial Nacional LGBT do PT declara sua indignação coletiva e preocupação diante da ameaça ao Programa DST e Aids do Ministério da Saúde, atacado por grupos religiosos.

Neste sentido manifestamos ao Sr. Presidente do Partido dos Trabalhadores Rui Falcão e ao Sr. Ministro Alexandre Padilha a gravidade de tais fatos, na defesa da continuidade de todos os programas, ações e campanhas no âmbito do departamento DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, com participação social e inclusão de todos (as) populações que sofrem violações e preconceito no Brasil.

Setorial Nacional LGBT

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