A morte de Diego Machado Vieira, mais do que um assassinato: um sonho violado
Jovem já estava sofrendo ameaças / Foto: Reprodução do Facebook |
Com informações de El
País
O Artigo 7 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
é bastante clara quando diz que: “Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação,
têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação”. No último final de semana, mais
uma vez esse direito foi violado. A vítima, dessa vez, foi um universitário
paraense. Não apenas um direito básico foi violado, mas também um sonho: a doce
utopia de ter a liberdade de viver num país onde as diferenças sejam
respeitadas. Onde tod@s tenham o direito de amar quem quiser.
A morte de Diego Vieira Machado,
de 29 anos, já tinha sido anunciada. O rapaz, que era negro e gay, lutava com
todas as suas forças – e tudo indica que lutou até o fim de sua vida – contra a homofobia e o racismo. No último dia
2 de julho, seu corpo foi encontrado às margens da Baía de Guanabara, na Ilha
do Fundão, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde
Diego era bolsista do curso de Letras. Ele foi encontrado nu da cintura para
baixo, com sinais de espancamento e sem documentos.
O estudante já estava recebendo
ameaças. A principal linha de investigação da polícia é de crime de ódio (racismo
e homofobia). Quatro pessoas suspeitas, entre elas estudantes da própria UFRJ,
já estão sendo investigadas. O mais irônico era o fato do jovem resolver ir
para o Rio de Janeiro fugindo da violência e intolerância do Norte do país. Ele
acreditava encontrar no Rio pessoas que aceitassem a sua sexualidade. Lutava
por uma vida melhor, embora vivesse em condições precárias no alojamento da
UFRJ, destinado aos bolsistas.
A Sociedade Paraense de Defesa
dos Direitos Humanos (SDDH) repudia qualquer tipo de violência, homofobia, crime
de ódio, de gênero, racial ou discriminação de qualquer tipo que gere
injustiças e sofrimentos. Nos somamos @ tod@s que exigem uma apuração rigorosa
e que os responsáveis sejam identificados e punidos na forma da lei.
Nós nos solidarizamos com a
família de Diego, seus amigos e amigas.